quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Genocídio de Kiev contra seu povo continua

Kiev está bloqueando ostentosamente todas as possibilidades de prestar socorro aos habitantes do Sudeste do país, afetados pela operação punitiva do exército ucraniano. Observadores fixam na região a verdadeira catástrofe humanitária cuja escala está crescendo cada dia.
Impedimentos com que depara o comboio de 280 caminhões Kamaz com cargas de ajuda humanitária ilustram patentemente a tese de genocídio desenlaçado pelas autoridades de Kiev contra o seu próprio povo. O caráter pacífico de cargas não embaraça Kiev que utiliza todos os pretextos possíveis e impossíveis para não deixar passar o comboio para as regiões onde as pessoas balanceiam entre a vida e a morte. Diz o presidente do movimento de proteção dos direitos humanos Ucrânia Russófona, Vadim Kolesnichenko:
“Podemos concluir que eles são capazes de fazer tudo para agradar seus chefes em Washington, para receber suas trinta moedas de prata pela exterminação da população russófona, da ortodoxia, da história e de toda a Ucrânia, em geral. Europeus não querem conhecer nada sobre o massacre sangrento que está a decorrer, fechando os olhos com pudor e esperando que tudo isso acabe por si como gravidez do oitavo mês”.

O Ocidente justifica seu cinismo com suspeitas de que a ajuda humanitária à Ucrânia seja uma cobertura da operação militar da Rússia. Na opinião de peritos, essas suspeitas cheiram de paranoia. Com que objetivo é necessário organizar uma grandiosa representação pública com caminhões, se se planeje transportar dissimuladamente armas ou começar uma guerra? – pergunta Fiodor Lukianov, redator-chefe da revista Rossiya V Globalnoi Politike (Rússia na Política Global).
Simon Shuster escreve na revista Time sobre uma reação alarmista exagerada do Ocidente e da Ucrânia a essa iniciativa pacífica, o que revela sua posição preconcebida em relação à Rússia, cujas ações são interpretadas como agressoras.
Entretanto, o problema do Sudeste da Ucrânia pode ganhar envergadura mundial, por exemplo, no caso da catástrofe química na usina do Stirol, atingida regularmente por bombas e foguetes do exército ucraniano. Na empresa encontram-se enormes reservas de amoníaco e de outras substâncias perigosas. Peritos nem podem prever a envergadura do possível desastre ecológico, coincidindo apenas na opinião de que, levando em consideração a força e a direção dos ventos e correntes de rios e do mar de Azov, o raio mínimo da zona afetada pode constituir não menos de 300 quilômetros.
Entretanto, é pouco provável que essas previsões possam deter a operação punitiva, considera o dirigente do Centro Analítico da Política Internacional do Instituto de Globalização e de Movimentos Sociais, Mikhail Neizhmakov:
“Em avaliações de especialistas, na região de Donbass encontram-se mais de 3.800 empresas químicas perigosas que podem tornar-se epicentros de consequências ecológicas muito sérias caso sejam atacadas. Por outro lado, a mídia oficial ucraniana e fontes próximas das autoridades de Kiev já haviam divulgado comunicados de que as consequências desses combates em Donbass não seriam tão perigosas. Pelo visto, tais declarações visam tranquilizar a opinião pública ucraniana e aqueles observadores europeus que possam recear de quaisquer consequências ecológicas de combates e de ataques a empresas químicas para os países vizinhos da Ucrânia. Ao que tudo indica, as autoridades ucranianas estão dispostas, de fato, a sofrer grandes prejuízos, inclusive ecológicos, para esmagar os focos de resistência”.
Atualmente, o principal resultado da chamada operação antiterrorista, desdobrada pelas autoridades de Kiev, não são êxitos militares, mas o caos total que reina em Donbass e na região de Lugansk. Falando concretamente, alguns milhares de toneladas de ajuda humanitária serão aqui como uma gota de água no oceano.
Essa política pode acabar no futuro com toda a população civil nas regiões revoltas. Trata-se de um verdadeiro genocídio, cujos responsáveis devem ser julgados mais cedo ou mais tarde por um tribunal internacional.

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