sexta-feira, 20 de março de 2015

Dilma e MPF enviam projeto de lei para combater corrupção

Respondendo aos protestos recentes, a presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou nesta quarta-feira (18) as medidas do pacote anticorrupção que enviará ao Congresso. A apresentação do pacote, uma promessa da campanha eleitoral de 2014, é realizada no mesmo dia em que pesquisa Datafolha mostra uma taxa recorde de reprovação do governo.
O pacote inclui:
• Criminalização do caixa dois eleitoral;
• Confisco de bens provindos de enriquecimento ilícito;
• Pedido de urgência para aprovação de projeto de lei que prevê a venda, de maneira antecipada, de bens apreendidos pela Justiça;
• Critérios da lei da Ficha Limpa serão estendidos a todos os funcionários federais, inclusive os de confiança;
• Servidor público que não comprovar a origem de seus bens deve ser criminalizado;
• Regulamentação de dispositivos ainda pendentes na lei já aprovada contra a corrupção
A presidente assinou hoje o decreto que regulamenta a lei 12.846, que prevê punição de empresas envolvidas em casos de corrupção.
Agora, o governo vai debater as medidas com entidades como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), com o Ministério Público e com o Congresso.
Nesta sexta feira (20), o procurador-geral Rodrigo Janot e Deltan Dallagnol, responsável pelas ações ligadas à Operação Lava Jato na Justiça Federal do Paraná. As medidas são consideradas os 10 pontos de combate a corrupção, apresentado pelo MPF
1. Transparência e informação:
O MPF quer que números de processos e resultados de julgamentos sejam melhor divulgados. Para isso propõe que sejam estabelecidos percentuais mínimos de investimento em publicidade. O órgão também sugere testes de integridade, quando propina é oferecida a servidores públicos para testar se eles a aceitariam.
2. Enriquecimento ilícito
O MPF recomenda a criminalização do enriquecimento ilícito de servidores públicos e sugere pena de três a oito anos de detenção. Esta proposta é semelhante à de Dilma.
3. Penas para corrupção
O MPF propõe faixas de valores em penas para corrupção. A pena mínima passa de dois a quatro anos, e a máxima, quando crimes desviam mais de 10 mil salários mínimos, vai para 25 anos. Casos que envolvem mais de 100 salários mínimos também se tornam crime hediondo.
4. Recursos processuais
O MPF sugere que processos sejam encerrados quando recursos forem protelatórios, fixa prazo para devolução de processos quando juízes fazem pedidos de vista e possibilita a execução provisória de sentença após julgamento em tribunal superior.
5. Celeridade na improbidade
O MPF propõe acordos de leniência para casos de improbidade e criar varas especializadas para o tema.
6. Prescrição penal
O MPF sugere regras que tornam mais difícil a prescrição de ações penais.
7. Nulidades
O MPF quer evitar que pequenos erros durante investigações invalidem operações inteiras.
8. Partidos e caixa 2
Semelhante à proposta de Dilma, o MPF pretende tipificar o crime de caixa 2 e responsabilizar partidos que receberem dinheiro desse modo com multas, suspensão e cassação de registro.
9. Prisão para devolução de dinheiro
O MPF recomenda a prisão preventiva para que recursos desviados sejam identificados e devolvidos.
10. Recuperação do lucro do crime
O MPF sugere o “confisco alargado”, para que todo o patrimônio possa ser confiscado em caso de corrupção e tráfico de drogas.

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