sexta-feira, 20 de março de 2015

PML: PSDB Faria bem em prestar atenção em Marconi

Por Paulo Moreira Leite, do 247


Partido que encolheu de oito para cinco governos estaduais em 2014, além de amargar uma quarta derrota consecutiva nas eleições presidenciais, o PSDB faria bem em prestar atenção em Marconi Perillo.
No quarto mandato em Goiás, adversário convicto do governo federal, Perillo acaba de cometer um gesto longe do carnaval do quanto-pior-melhor promovido por várias estrelas do PSDB. Ele acompanhou Dilma Rousseff e o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, do PT, num evento importante para o Estado: o lançamento do BRT Norte-Sul, em Goiânia, investimento de R$ 273 milhões.
No início do evento, a presença de Marconi chegou a causar estranheza na platéia presente, onde uma maioria de eleitores do PT até ensaiou uma vaia. Mas o governador dobrou o público ao fazer um discurso onde tocou no ponto principal da conjuntura política. Referindo-se aos protestos contra o governo federal, disse: "recebi conselhos para não estar aqui, que poderia ser hostilizado" e esclareceu: "venho aqui para receber uma presidente da República reeleita com legitimidade, que tem meu apoio a governabilidade."
O governador fez referências, ainda, "a violência de quem não quer uma democracia onde o republicanismo possa prevalecer."
Num momento onde legítimas preocupações com denúncias de corrupção na Petrobras são politizadas com a finalidade de gerar um ambiente de impasse político, a presença de Marconi num ato com a presença de Dilma — e também do ministro Gilberto Kassab — ajuda a esclarecer um aspecto essencial. Mostra que é preciso separar as coisas.
Da mesma forma que o Planalto cometeria um erro se tentasse aparelhar a máquina federal para embaralhar as investigações, a oposição não tem o direito de enfraquecer o regime democrático em busca de atalhos para o Poder.
Enquanto vários parlamentares da oposição passaram os últimos dias tendo de explicar sua presença em atos protesto em que não podiam abrir a boca, num tipo de autoritarismo anti-político que lembra os piores regimes que a humanidade já conheceu, Perillo faz sua parte pela democracia quando se recusa a questionar o mandato de uma presidente que recebeu 54 milhões de votos e tem mandato — legítimo — até 2014.

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